6 de agosto; uma data para se lembrar

Edmund Burke, o parlamentar britânico considerado o pai do conservadorismo já dizia; 
"Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la".


Mas para muitos, relembrar algo é simplesmente reviver, de uma maneira dolorosa um momento que deveria ser esquecido. Eu porém, enfaticamente concordo com Burke, devemos sempre nos ater aos acontecimentos passados, mas não de uma maneira nostálgica, e sim crítica. 

Tripulação do Enola Gay

A exatos 73 anos atrás, no dia 6 de agosto de 1945 o mundo todo mas principalmente a cidade japonesa de Hiroshima, conheceria o poder de um dos "avanços científicos" mais devastadores de toda a historia humana.

Mas antes de adentramos ao tema deste texto, devo lembrar que de maneira alguma abordarei neste texto o "mérito" das ações do governo estadunidense, responsável pelo ataque, entretanto é de extrema importância entendermos que o contexto político que o mundo vivia naquele tempo estava baseado basicamente na polarização entre os Países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália) e Aliados (Reino Unido, Estados Unidos e União Soviética), que viviam sobre a segunda Guerra Mundial.

Vista aérea de antes e depois do bombardeio sobre Hiroshima



Em agosto de 1945, a guerra já havia terminado na Europa, depois da morte do ditador Benito Mussolini (Itália) e da queda de Adolf Hitler (Alemanha), porém os confrontos continuavam no Pacífico e na Ásia, sendo agora protagonizados por americanos e japoneses. Para forçar a rendição do Japão que resistirá fortemente apoiando as barbáries nazistas, os Estados Unidos resolvem realizar uma missão de ataque:
A bordo de uma aeronave modelo Boeing B-29 denominado Enola Gay(em homenagem a mãe do Piloto Paul Tibbets, uma tripulação de 12 pessoas libera a bomba ao ar, o artefato explodiu a cerca de 500 metros do chão e causou a morte de aproximadamente 140 mil pessoas, sendo uma considerável parte das mortes instantânea, devido ao altíssimo poder de destruição. Quando viu o tamanho da tragédia, na forma de uma nuvem gigantesca de fumaça e poeira, o copiloto da aeronave  Robert Lewis escreveu no diário de bordo: “Deus, o que fizemos?"

Imagem simulando o ataque de Hiroshima sobre a cidade de Belo Horizonte. Haveria cerca de 78 mil mortos e a 200 mil feridos graves.


O que me assusta mais é o sincronismo entre o exato momento em que escrevo cada palavra deste texto e o horário em que Hiroshima conheceria o poder da bomba nomeada Little Boy (menininho em tradução livre).




Bomba Little Boy



"Deus o que fizemos?" é a pergunta que deveríamos sempre nós refazer, será que algum dia reviveremos o que o mundo viveu durante este período ou a lembrança histórica nos será suficiente para mediar nossas ações perante nos mesmos?    


Crianças em meio aos destroços do bombardeio
Einsten lembra;
"Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus".




Rosa de Hiroshima

Em 1954, Vinicius de Moraes escreveu “A Rosa de Hiroshima”, um poema que se refere à bomba atômica como “rosa radioativa”, promovendo uma tocante reflexão sobre os limites da razão humana no uso da ciência e da tecnologia.

Interpretação do Cantor Ney Matogrosso sobre a obra de Moraes.
Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada




TEXTO: BRENDO VINÍCIUS

IMAGENS: Af.mil, Thiagof Amorim(blogspot), My Brain Society(blogspot), Diário do Centro do Mundo
FONTES: Terra Notícias, Terra Educação, Pensador, Exame/Abril, Tradutores de Direita, G1, Nuclear Secrecy(Nuke Map).

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